Ensino remoto emergencial na Medicina: aspectos positivos e negativos no ensino e na aprendizagem em tempos de pandemia
Essa publicação é fruto de um longo trabalho de pesquisa e, antes de fazer essa revisão, eu sempre imaginava que revisões de literatura fossem mais simples que artigos originais. Acredito que eu pensava isso porque revisões não necessitam de um longo trabalho de coleta de informações no campo. Contudo, eu pude perceber que uma revisão de literatura bem executada pode ser muito mais trabalhosa que diversos artigos originais. A coleta, a organização e a análise dos dados podem ser extenuantes em algumas partes do processo.
Em relação ao tema, sou muito grato ao professor Thales por ter convidado para essa pesquisa, porque a educação é algo que sempre me encanta. Ter como tema do meu primeiro PIBIC da graduação a educação me conecta com o meu PIBIC do ensino médio, que, a seu modo, também discute esse tema.
Além disso, poder publicar a o nosso artigo na maior revista de educação médica do país, a Revista Brasileira de Educação Médica, me enche de orgulho e felicidade por estar contribuindo, mesmo que indiretamente, para a educação dos futuros médicos do Brasil.
RESUMO
Introdução: O ensino remoto surgiu como ferramenta emergencial no processo de educação superior durante a pandemia da Covid-19. Nesse cenário, amplia-se a possibilidade de ensinar e aprender por meio das tecnologias da informação e comunicação (TIC) nos cursos de Medicina. Objetivo: Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão integrativa que esclareça os principais aspectos positivos e negativos encontrados no exercício do ensino médico, nessas condições atípicas. Método: A busca dos artigos se deu nas seguintes bases: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Embase, Education Resources Information Center (ERIC), Medline (via PubMed), Scopus e Web of Science. Resultado: Ao final dos processos de triagem e seleção, incluíram-se 69 artigos, dos quais foram extraídas informações quanto às características dos aspectos positivos e negativos de cada experiência de ensino remoto médico ofertado nesse período pandêmico. Entre os principais aspectos positivos, destacam-se a avaliação positiva do componente curricular pelos estudantes, a maior autonomia do aluno, a maior participação e comunicação entre os alunos, e a ausência de déficit de aprendizado. Entre os principais pontos negativos, observam-se a suspensão das aulas práticas, as complicações decorrentes do uso das tecnologias (conectividade, capacitação e organização) e a ausência de contato social. Conclusão: Observa-se que a autonomia e a autodisciplina discentes são fatores cruciais para o aproveitamento pleno de abordagem de aprendizagem remotamente, e talvez o aluno presencial clássico não estivesse preparado para tal mudança brusca. Ainda, percebe-se que, pela urgência de implantação dessa nova forma de aprendizagem, o ensino remoto não tenha tido tempo e maturidade o suficiente para que fosse aperfeiçoado ao ponto de ser considerado uma estratégia de educação médica aplicável em longo prazo. O ensino remoto foi crucial para que a formação de novos médicos não fosse descontinuada por um período de tempo tão extenso. Porém, o ensino remoto precisa ser reavaliado e aperfeiçoado como estratégia pedagógica que utiliza TIC para o ensino médico.
ARTIGO COMPLETO
O trabalho completo pode ser acessado aqui e teve como autores: Joao Lucas Paiva Paulino, Marcela de Oliveira Torres Bezerra Freire, Louise Helena de Freitas Ribeiro, Ellany Gurgel Cosme do Nascimento, Andrea Taborda Ribas da Cunha e Thales Allyrio Araújo de Medeiros Fernandes.